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Vídeos de José Maças de Carvalho

O vídeo está entre a fotografia e a pintura, em termos de materialidade: conserva a fisicalidade dos materiais (textura, pigmentos, etc.), aproximando-se da pintura, mas também da fotografia pelo formato, cor e facilidade de acesso.

“Video killed the painting stars” é uma abordagem iconoclasta a algumas imagens basilares da história das artes visuais (de Caravaggio, Velasquez, Manet, Helmut Newton a Andy Warhol ou Jeff Wall) em 11 vídeos Ou porque se destroem obras, ou porque se modificam, ou porque a acção acrescenta novas camadas criando uma nova obra, radicalmente diferente da original.

Em peças como “Video killed the painting stars”#2 (Manet), desmonta-se o “erro” de perspectiva que reforça a incerteza do que estamos a ver: Quem vê e que é que é visto? Em “Video killed the painting stars”#3 (Wall) anula-se o efeito de espelho e coloca-nos na verdadeira posição do espectador, consciente do “truque”.

“Video killed the painting stars” toma como ponto de partida a ideia de que há em nós uma pulsão destruidora da imagem, substanciada por inúmeros exemplos ao longo da história do homem: desde Jesus a expulsar os vendilhões do templo, passando pela iconoclastia luterana ou pela explosão do budas afegãos até Mr. Bean apagando a cara da mãe de Whistler.

O autor investiu-se desta pulsão destruidora e transformadora e escolheu obras
significativas da cultura visual do nosso tempo. Para tal usou a classificação dos diversos tipos de iconoclastas referidos por Bruno Latour em “What is iconoclash? Or is there a world beyond the image wars?”. Assim temos iconoclastas clássicos que não aceitam as imagens como mediadoras do conhecimento e que consideram fundamental a sua erradicação total; outros pensam que não se deve extrair uma imagem da torrente de
imagens e isolá-la; outros atacam ou censuram as imagens pelo seu valor simbólico para os outros e não por serem imagens; outros, simplesmente destroem para construir de novo, e ainda, outros usam a provocação e a irreverência para afirmar a sua independência em relação à imagem.

A experimentação e a investigação deste projecto também levou o autor a criar uma nova série de vídeos chamados “Iconofilia” e que reflectem, não a ideia comum da obsessão pela imagem, mas, sim, a perseguição da verdadeira imagem, da imagem perfeita numa procura de objectividade e verdade.

Publicado a 21 de Novembro de 2007

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It´s a lonely planet
JOSÉ MAÇAS DE CARVALHO

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It´s a lonely planet é um conjunto parcial de imagens fotográficas realizadas em viagem. Esta Part I é o primeiro capítulo de uma narrativa que se concluirá num futuro próximo. São imagens soltas, sem propósito, feitas no meio de outros projectos. Começaram por ser restos de passagens que se reagruparam num contexto de transitoriedade, e parecem denotar uma solidão e ausência
que sempre se sente quando se parte e se está de passagem.

A exposição apresenta fotografias feitas em trânsito entre a Europa e a Ásia, entre 2000 e 2007, naqueles momentos em que não somos de lado nenhum.
José Maçâs de Carvalho deseja que sejam uma alternativa visual ao guias Lonely Planet. Ou será Lovely Planet?

Publicado a 21 de Novembro de 2007