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Bertrand Szymanski, Sem Título, 2010, Fotografia, Publicado em «Les Cahiers européens de l’imaginaire», ed. cnrs

Bertrand Szymanski, Sem Título, 2010, Fotografia, Publicado em «Les Cahiers européens de l’imaginaire», ed. cnrs

Bertrand Szymanski, Emilie Schalck, Gaëlle Scali, Rémy Russotto
Curadoria : Julien Isoré

« A vida é uma viagem, experimental, feita involuntariamente. É uma viagem do espírito através da matéria, e, como é o espírito que viaja, é nele que se vive. » Fernando Pessoa.

Artista plástico francês, Julien Isoré vive e trabalha em Lisboa. As suas investigações inclinam-se sobre o movimento e o desequilíbrio. Desenvolvendo a sua própria técnica de pintura a óleo, Julien propõe uma obra interactiva e conceptual sobre a noção de amor ocorrida em várias cidades como Bombaim, Paris, Los Angeles, Shanghai ou Nova Iorque, por exemplo. O artista propõe, numa terceira vertente do seu trabalho, um estudo de anatomia comparativa no CIEBA de Lisboa (Centro de investigação em Belas Artes), fonte de perguntas teóricas e de reflexões sobre o pensamento metafórico. Julien Isoré dirige o seu trabalho para um estudo do processo do imaginário.

Em colaboração com « les cahiers européens de l’imaginaire», ed. Cnrs Paris, e a Plataforma Revólver, Julien Isoré propõe uma experiência de exposição comparativa, para tentar se aproximar do princípio da imaginação. Experimentando a relação entre a percepção sensível, o imaginário e narração, Julien convida artistas a inclinarem-se sobre esta questão.

// Projecto Narração

A instalação de Gaëlle Scali e Emilie Schalck investe-se, no open space da Plataforma Revólver – piso3, para interrogar a construção do nosso imaginário perante uma pluralidade de sinais encenados. Os métodos são diversos e tomam formas sonoras, videográficas, picturais e espaciais (3D). Co-realizam o projecto The Look, Behind ? (Just Hearing and moving) para construir um sensorama, espécie de máquina da imaginação, que manipula com o sentido das imagens, os sons e as palavras no contexto das nossas memórias individuais e colectivas. Várias residências têm sido efectuadas no contexto desta primeira proposta.
Numa segunda sala do espaço, Bertrand Szymanski procura obsessivamente apreender a continuidade do tempo ou como as lembranças individuais sugerem um conjunto de fontes à imaginação. Bertrand propõe em “souvenirs latents” uma espécie de grande arquivo da sua vida e tenta libertar a poesia do momento.
Numa terceira sala do espaço, Rémy Russotto procura, pelo contrário, com “Paranoia”, substituir o sentido da imagem por uma proposta de interpretação paranóica em que reinventa totalmente a realidade a partir do que propõe.
Assim entre estas diferentes intervenções, tentar-se-á que se observe a essência do que guia estes processos de interpretações e que se apreenda uma forma de princípio narrativo.

Apresentação dos Artistas:

Gaëlle Scali (FR): Pintora, artista plástica e de som. Licenciada em Artes Plásticas (2009), vive e trabalha em Montpellier. Prossegue a investigação da memória tanto nos seus aspectos colectivos como individuais através do som, das palavras e da pintura. Gaëlle conta já com várias exposições no seu curriculum, principalmente na região de Montpellier.

Emilie Schalck (FR): Artista videasta e comissária. Licenciada em Artes Plásticas (2006), vive e trabalha em Paris. É membro da Associação Glassbox. Emilie reconstitui espaços ansiogénicos, empréstimos de documentos de arquivo, de cultura (s) ” bis” e escreve e realiza filmes. Explora 3D após diferentes investigações e trabalhos sobre B-movies e mais particularmente da história do cinema em geral e do cinema nas feiras. Emily tem sido objecto de várias publicações e conta com exposições colectivas e individuais principalmente em França, entre Estrasburgo, Montpellier e Paris.

Bertrand Szymanski  (FR): Fotógrafo, fotojornalista, vive em Orbais L’Abbaye (R.F.), trabalha entre Paris e a Bélgica. Desenvolve desde finais dos anos de 1990 fotografia de lembrança, testemunho dos momentos de vida e do mundo, uma espécie de frenesim da imagem, uma tomada de nota pictural perpétua e obsessiva que aumenta um comportamento maníaco levado a cabo sobre a memória do tempo. A sua obra traduz-se em instalações intimistas de tributo post mortem. Expões os seus trabalhos no Norte da França.

Rémy Russotto : Fotógrafo Belga, Suíço e Americano. Autodidacta, vive e trabalha em Bruxelas. Através de uma forma paranóica, explora o facto de como a fotografia não é assombrada pelo desaparecimento mas substitui um outro mundo. A sua fotografia oferece a possibilidade técnica, não de tirar o retrato do mundo, mas de ver como impõe o imaginário nas suas criações do espírito. O seu trabalho tem sido objecto de numerosas publicações, concursos e exposições, nomeadamente no Canadá, em França, em Espanha e na Bélgica.

Publicado a 25 de Março de 2011