DDMMYY
Alena Kotzmannova
“Alena Kotzmannova fotografa cenas banais, extraídas subtilmente daquilo que a rodeia. Mesmo que muitas retratem situações e objetos que nos deixam uma impressão de estar perante algo irreal, sentimos um contacto imediato com o mundo presente através delas. Objetos comuns e ambientes tornam-se metáforas de sentimentos e estados de espírito, tornam-se linguagem de prosa subjetiva. As imagens de Kotzmannova diferem do fotojornalismo tradicional, mas também da fotografia conceptual dos anos de 1970 que suprimem intencionalmente qualquer resíduo estético da imagem. O seu trabalho é mais próximo do conceito de fotografia que derivou – qualquer destas disciplinas pode parecer longínqua uma da outra – da escultura contemporânea. Um representante deste conceito é, por exemplo, Gabriel Orozco. Apesar de Kotzmannova não encenar as situações fotografadas, ela aproxima-se do sujeito como se de uma instalação escultórica se tratasse. Esta, devido à sua natureza, tem de ser documentada. Também presente no seu trabalho está a narrativa: o objeto ou situação são resultantes de uma ação, que pode ser literalmente captada e trabalhada. Traduzir esta questão em palavras quebraria a tensão que a imagem contém. Um sonho descrito e analisado perde o seu poder.” Tomas Pospiszyl, in: Kotzmann, Fra and Kant, Praga 2012, págs. 273-274.
O título DDMMYY refere datação, captação de um certo momento no tempo, que pode ser uma data de nascimento ou um prazo de validade da era consume – um processo mecânico para marcar a passagem do tempo na civilização ocidental. A exposição DDMMYY apresenta uma série de trabalhos de Alena Kotzmannova, artista contemporânea checa, que trabalha fotografia, instalação de vídeo e instalações no espaço público. A exposição pode ser explanada pelas palavras que a artista escreveu sobre uma das suas séries: “A série Transmitter não é uma história verdadeira, ainda que a montagem das imagens e o seu carácter crie um ritmo que pode sugerir uma narrativa. Estático e dinâmico, perto e remoto, olhando para algo e para algures, dois lados da mesma moeda. Lembramo-nos das imagens que vemos ou olhamos para um tempo e local desconhecidos? Em qualquer dos casos, a série transmite estranhas vibrações.“
Para mais informações visite: http://kotzmannova.cz