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ACADEMIAS João Jacinto

João Jacinto (Mafra, 1966) vive e trabalha no Monte Estoril.

Em 1985 iniciou os seus estudos artísticos na E.S.B.A.L. Leccionou entre 1989 e 1992 no Ar.co em Lisboa. É, desde 2001, professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Expõe, individualmente, desde 1987. Tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas. A sua obra encontra-se representada em várias colecções: CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, Portugal, Colecção António Cachola –MACE – Elvas, Portugal, Fundação PLMJ, Lisboa, Portugal, Museu do Chiado (Deposito Isabel Vaz Lopes), Lisboa, Portugal, Museo Extremeño Iberoamericano de Arte Contemporaneo, Badajoz, Espanha, Veranneman Foundation, Kruishoutem, Bélgica, Art Collectors, Genève, Suíça, Fine Arts Gallery, Brussels, Bélgica, Renate Schröder Gallery, Cologne, Mönchengadbach, Alemanha, Gallery Catherine Clerc, Lausanne, Suíça, Collection Kierbaum & Partner, Colónia, Alemanha, Fundação Carmona e Costa, Lisboa, Portugal, entre outras.

Publicado a 10 de Setembro de 2015

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HÉSTIA

Domingos Rego e João Francisco

O projecto que aqui se apresenta parte da referência à deusa grega Héstia, para empreender uma reflexão sobre o espaço e o modo como ele é vivenciado.Héstia não é só o centro da casa, representa a ligação sólida à terra, uma espécie de alicerce que confere solidez à construção. Essa qualidade traduz-se na cultura grega num significado de imobilidade e permanência. Héstia não sai de casa, aí se conserva convictamente, sem questionar o seu destino. Essa vocação representa uma centralidade a partir da qual irradia e se organiza o espaço humano, ela é a própria terra em relação ao cosmos. Se Héstia é a deusa da gravidade, do peso, da ligação à terra, Hermes desafia a gravidade. Por isso, representa o deus das coisas fortuitas, da sorte e do acaso.

É no mesmo plano da realidade que estes dois deuses se colocam, mas Héstia refere- se ao peso do encontro de cada um consigo mesmo, à gravidade existencial, enquanto Hermes representa a comunicação, as vivências viradas para o exterior. A conotação espacial destas duas divindades é colocada por Vernant nos seguintes termos:

Podemos dizer que o par Hermes e Héstia exprime, na sua polaridade, a tensão que surge na representação arcaica do espaço: o espaço exige um centro, um ponto fixo, com um valor privilegiado, a partir do qual possamos orientar e definir direcções, todas qualitativamente diferentes; mas o espaço representa-se ao mesmo tempo como lugar de movimento, o que implica uma possibilidade de transição e de passagem de qualquer ponto a outro.1

Domingos Rego
Azeitão, Setembro de 2015

1 Jean-Pierre Vernant, Mythe et pensée chez les Grecs, Paris, Éditions La Découverte, 1996, p. 159.

Publicado a 10 de Setembro de 2015

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Twist The Real

Inês Botelho, Julien Berthier, Michel Blazy, Cécile Chaput, João Maria Gusmão + Pedro Paiva, Ana Jotta, Elisa Pône, Alexandra Sá, Noé Sendas, Francisco Tropa e Jian-Xing Too

Curadoria Maëlle Dault

A Plataforma Revolver tem o prazer de apresentar a exposição Twist The Real com a curadoria de Maëlle Dault.

Twist the Real reúne artistas portugueses, artistas franceses e um artista belga na Pla¬taforma Revólver, em Lisboa. Através de um movimento de torção do real, cada uma das obras escolhidas assume um conhecimento empírico do modo como esse “real” funciona. Procedendo de gestos ínfimos, de deslocamentos regidos por uma forma de aleatório, de serendipidade, de combinações actualizáveis, de organizações inespe¬radas e poéticas, de laisser faire (não intervenção) ou de reactualizações contextuais, as obras propostas (instalações, fotografias, esculturas, obras de parede, filmes, ob¬jectos, elementos vivos) apropriam-se de materiais, objectos familiares, cujas utiliza¬ções estão sujeitas a uma distorção da sua própria finalidade ou utilização. Todas as obras partilham de um sentido agudo de experimentação, de singularidade e paradoxo, de uma relação com o espaço e a irrisão.
Twist the Real não pretende delimitar o campo operatório destas pesquisas múltiplas e complexas; em vez disso, a exposição organiza-se como uma paisagem mental onde a questão do real e a sua distorção se realiza nos vincos e dobras das obras apresentadas, através de uma alternância dialéctica que gera um misto de encantamento e desencanto.

Publicado a 10 de Setembro de 2015

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Mahala Blood

Ilidio Candja Candja

Curadoria Victor Pinto da Fonseca

A Plataforma Revólver tem o prazer de apresentar ‘Mahala Blood’ de Ilidio Candja Candja (n.1976, Maputo, Moçambique), a
primeira exposição de trabalhos do artista em Lisboa.
As pinturas deste jovem artista internacional constituem uma importante narrativa abstracta da turbulenta e problemática representação da sociedade actual, da exuberância do caos e da côr. Um novo e rigoroso campo de trabalho do artista.
A exposição ‘Mahala Blood’, Sacrificio em Vão, no dialecto changana do artista, é uma forte crítica das complexas
condições sociais e politicas do continente africano, que sacrificam a sociedade em troca de nada – Uns ganham a maioria
perde, na inquietude do artista.
Estas pinturas reflectem um trabalho complexo, uma fusão de tradiçoes creativas africanas e influências europeias, tensão
de diferentes influências na vida do artista; uma simbiose do cosmopolitismo pós colonial moçambicano contemporaneo e
das experiencias de Ilídio Candja enquanto residente em portugal, onde vive desde 2006.
Ilidio Candja ainda que não exorcise os problemas do seu tempo, procura concentrar-se no essencial, para poder continuar
a pintar sem que a ideia do lucro que domina a sociedade se entranhe nele, sem que o sistema se apudere das suas
capacidades fisicas e mentais.

Publicado a 10 de Setembro de 2015

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ISSO – IN ONE WAY OR ANOTHER

Amelie Bouvier, Mattia Denisse, Marjolijn Dijkman, Marcin Dudek, Filipe Felizardo, Benoit Felix, João Fonte Santa, Musa paradisiaca e Roeland Tweelinckx

Curadoria > Eduardo Matos

De uma maneira ou de outra o local, o espaço, a paisagem e o seu contexto cultural, físico e imaterial têm sido para artistas a forma/matéria do seu trabalho. É uma relação complexa já bem sinalizada no contexto da arte contemporânea, que cada um procura e que é sempre singular. Falamos da percepção do real e das relações que os objectos produzidos têm com este, falamos das circunstâncias em que as coisas nos são dadas a ver, a ressonância que se produz nessa experiência e a percepção que disso temos. Trata-se portanto, de trazer para o espaço comum e partilhável de uma exposição coletiva, diferentes abordagens.

Publicado a 10 de Setembro de 2015