
Pedro Tudela, João Fonte Santa e António Olaio
Artistas: António Olaio, Frederico Ferreira c/Blasted Mechanism, Graça Sarsfield, João Fonte Santa, Luís Alegre c/Jancl, Miguel Soares, Nuno Rebelo, Pedro Tudela, Valdjiu
Remote Control – quando a música se encontra com as artes plásticas numa exposição dedicada ao relacionamento entre as duas disciplinas, explorando links criados entre artistas e músicos, na actualidade.
A música liga tudo: através da influência que exerce, e da sua imprescindibilidade no dia a dia, no nosso contacto com o exterior.
A música primeiro que tudo é um objecto cultural.
Desde a segunda metade do século vinte até ao tempo em que vivemos, o nosso estilo de vida mudou muito.
Nos anos sessenta assistiu-se a um ataque à normalidade e ao consenso cultural do pós-guerra. Tudo quanto era incontrolável desabou e a transformação irreversível dos jovens havia começado: o impacto foi revolucionário, as coisas mudaram para sempre!
Nos anos sessenta a música mudou para uma dimensão intensa da vida -democratizando o direito ao prazer-, criando movimentos de massas e “ligou os jovens” apreendidos por essa intensidade necessária para derrotar os defensores das normas. Os jovens usavam a música da mesma maneira que usavam a marijuana, como um propulsor, como o emblema da sua insubordinação, a provocação para o vandalismo erótico.
(Philip Roth, O animal moribundo)
A exposição Remote Control* apresenta uma ligação entre a música e a arte, e a riqueza das suas combinações, através de trabalhos criados por artistas e músicos, onde a música é o tema.
A música inspirou a concepção desta exposição, que revela -através das obras áudio e vídeo- um contexto plurisensorial, e a sua percepção visual e sonora como dimensão estética; obras de áudio e vídeo, instalação e performance, são o instrumento ideal para produzir a união entre as imagens e músicas.
A exposição convida o observador a isolar-se acusticamente e a concentrar-se na audição especifica de cada obra: o espectador só frui a obra através dos auscultadores que está obrigado a utilizar, para recepcionar o som.
O espaço expositivo revela uma aparente imersão silenciosa -um aparente silêncio auditivo-, mas de facto o visitante é invadido por uma multiplicidade de fontes de som, que transformam o espaço da Plataforma Revólver numa proposta -instrumento de reflexão-, sobre a experiência estética do casamento entre imagens e música, nos nossos dias.
victor pinto da fonseca