Jordi Burch | Ondjaki
“Se não me engano, faz Angola” apresenta trabalho recente do fotógrafo catalão Jordi Burch. Na Plataforma Revólver, apresenta a sua visão particular sobre o interior deste país que visitou. A exposição é realizada em parceria com escritor angolano Ondjaki, que apresenta nove poemas que dialogam e se confrontam com as dezoito imagens de Burch.
estão vivos os fantasmas
e aprenderam a
a uivar.
preparo os pés.
reinicio a caminhada.
carrego na mão
essa âncora
que ao estar no chão
me macera
o tornozelo.
evaporaram-se
as palavras
molhadas.
está nu
o meu estendal.
respiro. espero.
oxalá
que os pássaros
saibam
o caminho de volta
até mim.
Ondjaki
BIOGRAFIAS
///Jordi Burch (Barcelona, 1979)
Atualmente reside em São Paulo, Brasil.
Colabora com a Weekend Magazine do Financial Times e com o Le monde. Foi colaborador permanente da revista Grande Reportagem. Colaborou com a revista Pública (Jornal Público), Expresso, Visão e Egoísta. Tem trabalhos em publicações
internacionais, como a National Geographic, o Courrier International, a Playboy Russa e a Folha de São Paulo.
///Ondjaki (Luanda, 1977)
Licenciado em Sociologia, Ondjaki desde cedo despertou para a Literatura. Os prémios depressa apareceram. Em 2007, recebeu o “Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco” com a obra “Os da minha rua”. Na Etiópia, foi galardoado com o prémio “Grinzane for best african writer”, em 2008. No Brasil, foi vencedor do “Prémio Jabuti”, na categoria juvenil, com o livro “AvóDezanove e o segredo soviético”.
O seu livro “Os Transparentes” ganhou o “Prémio José Saramago”, em 2013.