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ArtFutura 2014 – A Promessa Digital

Direcção > Montxo Algora

O Festival de Cultura e Criatividade Digital ArtFutura, explora os projectos e as ideias mais importantes surgidas no panorama internacional do new media, desenho de interacção, dos videojogos e da animação digital. ArtFutura mostra-nos que no início do novo milénio, arte e ciência percorrem mais do que nunca caminhos paralelos.

A Plataforma Revólver acolherá pela primeira vez em Lisboa o programa audiovisual completo do festival, www.artfutura.org

Publicado a 15 de Maio de 2015

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MI CASA ES TU CASA

João Maciel convida: João Manão, Oscar Rodriguez e Robin Hood

‘Mi casa es tu casa’ é o título da proposta expositiva de João Maciel para a sua estreia no espaço Project 1 da Plataforma Revólver. O projeto reúne um conjunto de artistas, cuja produção reflete amultiplicidade de perspetivas contidas no seu próprio corpo de trabalho: “Sempre tive o desejo de poder juntar todos aqueles que, de alguma forma, me impulsionaram a desenvolver o meu discurso criativo, que se tornaram as minhas referências e que trabalham dentro do meu campo de ação”.João Maciel assume, assim, a “curadoria” deste projeto, que no fundo não é mais que um desdobramento identitário, de forma a lançar a questão: Será que o que nos separa, não nos une também?

BIOGRAFIA
João Maciel
Vive e trabalha em Lisboa

2013 Terminou a Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas-Artes
1982 Nasceu em Lisboa, Portugal.

Exposições coletivas

2014 PING PUNK KING PONG, Dig Dig: Exposições Undergroud de Lisboa, Lisboa, Portugal.
FANTASTIC WORLD, Bells Are Still Ringing, Galeria Graça Brandão, Lisboa, Portugal.
EXPOSIÇÃO DE FINALISTAS, SNBA, Lisboa, Portugal.
2013 SWEET ORANGE MEGA BEAST, New Wave, VPF Cream Art Gallery, Lisboa, Portugal.
2012 DOIS PARA DOIS BALIZAS PEQUENAS, Lisboa, Portugal.
É ESTRANHO, ISEG em parceria com a FBAUL, Lisboa, Portugal.
NOVENTA E SEIS HORAS, Lisboa, Portugal.
G.A.B-A Galerias Abertas das Belas-Artes, Lisboa, Portugal.
2011 ATELIERS ABERTOS (FBAUL), Lisboa, Portugal.

Exposições individuais

2013 ALASKA PROJECT, Galeria 59, Lisboa, Portugal.

Residências

2012 PÉ DE CABRA – Residência Artística, Lisboa, Portugal.

Colaborações

2013 Colaboração numa peça para a exposição:
EFEITO WERTHER/ WERTHER EFFECT
João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira
Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa, Portugal.

Publicado a 10 de Setembro de 2014

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IDEM IDEM ASPAS ASPAS

Tiago Duarte

Para ’Idem Idem Aspas Aspas’, Tiago Duarte apresenta uma nova série de Monótipos sobre papel, realizada entre 2013 e 2014, que assenta nos formatos mais habituais da sua prática.

http://tiagoalexandreduarte.com

Publicado a 10 de Setembro de 2014

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HOW TO FLY

Pedro Guimarães (Parceria Encontros da Imagem de Braga)
‘How to Fly’ é um conjunto de imagens produzido para um manual de instruções de voo. Fazendo referência a várias formas de levantar voo, literais e metafóricas (quando não em combinações simultâneas de ambas), trata-se de um manual que nunca chegou a ser autorizado nas academias de voo modernas. O motivo, diz-se entre dentes nas casas de banho das academias de voo e aeródromos deste país, é o suporte das leis da sustentação aerodinâmica segundo teorias provenientes de lamacentos campos da metafísica e até mesmo da fantasia juvenil. Em boa verdade, diga-se, seria talvez por isso que este mesmo manual teria previsto vários capítulos dedicados ao estudo do embate violento contra o solo, onde, entre outras vantagens, seriam abordadas práticas terapêuticas capazes de aperfeiçoar a performance de voo.

Pedro Guimarães (Braga, 1977) é um artista visual que tem como ferramenta única de trabalho a fotografia. A sua actividade divide-se entre a produção de conteúdos para diversos agentes editoriais e instituições e a produção de séries fotográficas de carácter autoral. O seu trabalho pessoal, embora assente na documentação da realidade aparente segundo a mais conservadora tradição fotográfica, rejeita por completo o carácter iminentemente documental do fotografia, reclamando para si um território fundamentalmente ficcional e fantástico cujos alicerces assentam na subjectividade surreal que emana da simples observação atenta coisas e dos lugares.
Colabora regularmente com publicações como o New York Times Magazine, Wall Street Journal, Monocle, Die Zeit e El País.
Uma mostra dos trabalhos publicados, assim como uma lista de exposições passadas pode ser consultado no próprio sítio internet do autor em www.pedroguimaraes.net.

Publicado a 10 de Setembro de 2014

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Por teu livre pensamento
João Pina

A exposição «Por teu livre pensamento» reúne o trabalho fotográfico de João Pina, desenvolvido durante o período de entrevistas efectuadas a ex-presos políticos portugueses, presentes no livro com o mesmo título.

As quarenta provas aqui trazidas a público exibem os fotografados enquadrados em locais associados à sua própria história de resistentes antifascistas ou, em alternativa, em locais relacionados com a actividade que presentemente desenvolvem.
Este trabalho acaba também por constituir um verdadeiro roteiro da memória, de pessoas e locais marcantes em todo o contexto da luta revolucionária, mas mais do que ex-presos políticos fotografados em diferentes enquadramentos, no trabalho de João Pina estão representadas quatro décadas de luta contra a ditadura e, em somatório, mais de 104 anos de encarceramento de portugueses que repartem o “crime” de ter pensado de forma diferente da instituída e, de terem ousado agir de acordo com essas convicções.

A relação entre a fotografia e a preservação da memória é óbvia e de fácil constatação. No entanto, não se pode deixar de recomendar uma observação mais atenta de alguns pormenores que poderão escapar a um olhar menos precavido.
Atente-se que, enquanto alguns dos retratados conseguem esboçar um sorriso quando, perante a câmara de João Pina, acederam recriar as célebres fotos de frente-perfil-três quartos que davam um rosto às fichas e cadastros da PIDE, para outros, mais de 30 anos após a queda do regime que os enclausurou e torturou, os traumas e hábitos causados pelas duras experiências a que estiveram submetidos parecem ainda não estar ultrapassados. Tal é facilmente constatável com um mero exercício de comparação das expressões adoptadas por muitos destes ex-presos políticos perante os “fotógrafos” da polícia política com as assumidas na produção deste trabalho, expressões fechadas que muitas das vezes, tinham por objectivo dificultar uma posterior identificação quando lograssem voltar a conquistar a liberdade.

Como co-autor do projecto «Por teu livre pensamento» tive naturalmente o privilégio de acompanhar o João Pina ao longo de parte substancial do trabalho agora exibido. Fui assim testemunha privilegiada do firme empenho e da paixão que coloca no seu trabalho, características que já lhe valeram a obtenção de merecidos reconhecimentos na área da fotografia. Neto de presos políticos, bisneto do “fotógrafo oficioso” a quem se devem as imagens que ainda hoje permitem documentar qualquer trabalho sobre o sinistro campo do Tarrafal, mais do que fechar um ciclo, este projecto aponta um rumo para o que pode ser feito pela preservação e transmissão da memória às gerações que não conheceram a ditadura.

Que não se esqueça para que não volte a acontecer.

Rui Galiza

Publicado a 13 de Maio de 2014

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Think | Act | Form – materials, origins and affinities
Ana Rosa Hopkins

Curadoria: Victor Pinto da Fonseca

PT/// A Plataforma Revólver recebeu Ana Rosa Hopkins no Edifício Transboavista, para a residência artística da primavera de 2014. Entre abril e maio a artista realizou trabalho específico para o espaço Plataforma Revólver HOTEL. A residência da Ana Rosa Hopkins na Plataforma Revólver, em Lisboa, criou a possibilidade da artista reunir diferentes ideias sobre as quais a sua prática se centra e se confronta; mas permitiu também a exploração e o uso de matérias e objetos que a artista nunca havia antes desenvolvido. A exposição no espaço HOTEL foi a ocasião perfeita para a artista trabalhar no contexto da cidade de Lisboa, na pesquisa dos ambientes que vivenciou, o que lhe permitiu a utilização e articulação – em boa parte – dos materiais agora apresentados em permanente diálogo com as suas ideias e a sua prática conceptual. Quer isto dizer que a residência permitiu à artista refletir sobre a prática no local (site-specific), através de uma noção mais abrangente da produção artística e também de se interrogar sobre o fazer e sobre os diferentes significados do ‘fazer’. Fazer qualquer coisa, não importa com que objecto ou material, foi a ideia desenvolvida no âmbito desta exposição apresentada em Lisboa, no Hotel da Plataforma Revólver. É caso para dizer que a artista britânica, estabelecida em Manchester, encontrou recordações de outra natureza no contacto e na sua relação com a história da cidade de Lisboa, que influenciaram com sinceridade o seu espírito e a sua prática, ao longo do período de quatro semanas da sua permanência ininterrupta no Transboavista.

Ana Rosa Hopkins (nascida em Córdoba, Argentina) é doutoranda no MIRIAD (Instituto de Investigação e Inovação em Arte e Design), na Manchester Metropolitan University intitutlado “The back-story in contemporary sculptural practice: material, history and action and the legacy of Joseph Beuys”. Tem apresentado os seus trabalhos em exposições individuais e coletivas, entre Alemanha, Finlândia, Portugal, Espanha e Brasil. Tem recebido diversos prémios no Reino Unido e em 2013 foi artista convidada na Ebenbockhaus, pelo Município da cidade de Munique. Em 2014, foi premiada com residências e exposições na Plataforma Revolver, Lisboa e a Real Fábrica de Cristales de La Granja, Segóvia, Espanha.

A residência na Plataforma Revólver realizou-se com o apoio do Edifício Transboavista, da MIRIAD e da CML.

EN/// Plataforma Revólver is pleased to host Ana Rosa Hopkins in the Transboavista building for the spring artist residency programme. Between April and May the artist presents series of new specific works for the Plataforma Revólver HOTEL. The residency for Ana Rosa Hopkins at Plataforma Revólver in Lisbon gave her the opportunity to bring together different ideas around the focus and challenges of her practice; but also allowed the exploration and use of materials and objects which the artist had never worked with before. The exhibition at the Plataforma Revólver HOTEL was the perfect moment for the artist to work within the context of the city of Lisbon and explore the environments she experienced, allowing her in many of the works to express a constant dialogue between the materials used and her ideas and conceptual practice. This means that the residence allowed the artist to reflect on the site specific through a broader notion of artistic production and to question the making process and the different meanings of ‘making’. The idea developed in the context of this exhibition presented at Hotel Plataforma Revólver, Lisbon was to do anything, no matter with what object or material. That is to say that the British artist currently living in Manchester came across other types of memories in her contact and relationship with the history of the city of Lisbon, which strongly influenced her spirit and practice over her four weeks uninterrupted stay in Transboavista.

Ana Rosa Hopkins (born in Córdoba, Argentina) is currently undertaking a PhD by Practice in MIRIAD, Manchester Institute for Research and Innovation in Art & Design at Manchester Metropolitan University
entitled “The back-story in contemporary sculptural practice: material, history and action and the legacy of Joseph Beuys”.
She has presented her work in solo and group exhibitions, including Germany, Finland, Portugal, Spain and Brazil and has received several awards in the UK. In 2013 she was a guest artist at Ebenbockhaus in Munich at the invitation of the Municipality. In 2014 she was awarded residencies and exhibitions at Plataforma Revolver, Lisbon, and the Real Fábrica de Cristales in La Granja, Segovia, Spain.

The residence at Plataforma Revólver is supported by Transboavista, MIRIAD and CML.

Publicado a 12 de Maio de 2014

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MORPHOGENESIS – Placebo Effect and Binary Oppositions

Natércia Caneira

Arte, ciência e razão pós-humana

«A razão formal do corpo animal não consiste tanto na mistura (mixtio) quanto na estrutura (structura) peculiar». Georg-Ernst Stahl, Theoria medica vera (1708)
O projecto de instalação «Morphogenesis – The Placebo Effect and Binary Oppositions» da artista Natércia Caneira, baseia-se nos conceitos de «mecanicismo» e de «natureza» que, pelo menos desde o século XVIII, dividem o mundo da ciência (iluminista) do mundo da arte (subjectivista). É composta por dois núcleos que se distribuem por duas salas.
O primeiro núcleo da instalação, onde são expostos componentes de um fruto tropical comestível – a «múcua» do embondeiro –, lembra a natureza como «laboratório» da vida. Com efeito, o fruto tem propriedades comprovadamente benéficas (nutritivas e terapêuticas) para o ser humano quando usado em quantidades normais; no entanto, quando consumido em excesso pode ser maléfico (tóxico) para o organismo, o que acontece aliás com qualquer substância natural, comprometendo a vida humana.
O segundo núcleo lembra o sistema circulatório humano. É constituído por uma máquina bombeadora («coração») ligada a uma rede de tubagens («vasos») onde circula um líquido («sangue»), no qual são injectadas substâncias químicas com propriedades terapêuticas sobre organismos vivos, um dispositivo que desperta óbvias analogias entre a ideia de mecanismo e a de ser vivo, evocando o funcionamento mecânico-orgânico da circulação sanguínea no corpo humano, uma descoberta, feita por William Harvey no século XVII, que está na origem da moderna medicina científica.
Para pensar as dualidades «remédio-veneno» e «qualitativo quantitativo» existentes na natureza, a artista introduz no título da obra a ideia do «efeito placebo», que se baseia na crença (subjectiva) de que uma substância inócua pode ter um efeito terapêutico. Com efeito a eficácia terapêutica de qualquer substância, seja ela qual for (natural ou sintética), não depende apenas das características físico-químicas dos seus componentes, mas também da crença nos seus benefícios, que varia de acordo com a subjectividade individual. Mas com o veneno é diferente: a dose tóxica, embora sendo variável consoante as características biológicas inerentes às particularidades de cada organismo (peso, altura, patologias…), não depende do efeito placebo, ou seja de crenças ou quaisquer outros sentimentos que caracterizam a subjectividade individual. Religando conceptualmente ciência e arte, razão e fé, quantidades e qualidades, Natércia Caneira põe em causa os modos de olhar, pensar e investigar o ser vivo baseados em dicotomias – «natural-artificial», «orgânico-inorgânico», «corpo técnica» – abrindo assim as portas à ideia de uma pós humanidade digital, constituída por seres biotecnológicos, cujas capacidades de interactividade, fluidez, conectividade e outras emergentes associadas à lógica binária (computacional) poderão relegar o ser humano evolutivo tradicional para um plano secundário, de verdadeira obsolescência biológica.
Manuel Valente Alves

BIOGRAFIA
/// Em 2001 completou o curso Avançado de Artes plásticas no Ar.Co em Lisboa. Após vários cursos temáticos centrados na Arte Conceptual, Minimalismo e Land Art, participou no curso “Desenho da Paisagem Urbana” na Escola do Museu de Belas Artes em Boston (SMFA) e concluio em 2004 o curso “Monumentos enquanto Símbolos Culturais e Emblemas de Poder” na Universidade de Harvard também em Boston, Estados Unidos da América.
Com particular interesse pela relação entre o individuo e o espaço que o rodeia, o seu trabalho tem-se desenrolado em torno das questões do corpo e da paisagem, assim como da importância que a deslocação geográfica tem no desenvolvimento do processo criativo de um artista. Desde 2006, os projectos que realizou estão directamente relacionados com os seus momentos de vivência entre outras culturas, onde explora os limites da sua capacidade de adaptação física e psicológica, resultando posteriormente em trabalhos de instalações site specific, fotografia, desenho, pintura e mais recentemente vido-arte. Ultimamente Natercia Caneira tem vindo a abordar o corpo biológico e as suas limitações, concentrando-se na morfogénese e nos avanços científico-tecnológicos como catalisadores de ideais supra-humanos.
Desde 1999 que participa em exposições colectivas, das quais se destacam o Prémio Celpa, Museu Arpad Szenes / Vieira da Silva, em Lisboa e The Line Show na Galeria Genovese / Sullivan, Boston ambos em 2004. Participou também no Sines Local, Verão de Arte Contemporânea, Centro Cultural Emerico Nunes, em 2007. Em 2008 participou na exposição Alternativa 1, no Pavilhão 28, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Por fim, e já em 2013, esteve na exposição Open House decorrente da Residência Pedra Sina no Funchal, Madeira.
Das exposições individuais evidenciam-se a sua primeira instalação site-specifc nos Estados Unidos, intitulada Limits of Softness, que decorreu em 2004 na Genovese/Sullivan Gallery, em Boston, Fibra de Luz, em 2006 no Museu Nacional do Traje em Lisboa, No Limits em 2007 no Centro Cultural de Odivelas; Détais Du Maroc, no Instituto Camões – Centro Cultural Português em Rabat, Marrocos e em 2009 Skyline Connect, na Fundação D. Luis I – Centro Cultural de Cascais. Em 2010 a instalação Random no Museu Bernardo das Caldas da Rainha, Portugal

Publicado a 7 de Março de 2014

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WONDERING PATHS

Jan Brož, Matyáš Chochola, Ana Manso, Ana Santos, Ji?í Thýn, Monika Zawadski
Curadoria | Curator Markéta Stará

O ponto de partida para Wondering Paths tornou-se tema e processo gradual de novos encontros, encontros no âmbito da prática artística, mas também da experiência pessoal de um trabalhador cultural que é confrontado com um novo contexto, com os seus processos e meios próprios.
Wondering Paths é um projeto expositivo coletivo que reúne artistas emergentes provenientes da República Checa, Polónia e Portugal. Embora, se possa argumentar que o trabalho dos artistas selecionados desvela uma série de preocupações comuns, como as referências ao modernismo do séc. XX e o seu legado, um interesse pelo primitivismo, a ritualística ou o espiritual, a exposição não deve ser entendida como uma manifestação literal destas tendências, nem como tendo o objetivo redutor de introduzir a prática artística contemporânea em categorias pré-estabelecidas e globalizadas.
O objetivo da exposição é criar um ambiente teatral, um palco onde as formas e referências, que a prática artística globalizada contém funcione como pano de fundo para a elaboração de um argumento. Uma narrativa livre, construída com base em perceções, descontextualizações, descobertas, perdas, ganhos e, frequentemente, encontros (bem humorados) com o outro, que agora se redefine, e que pode, mas não tem necessariamente que abrir os esperados diálogos, pontos de vista e de encontro.

EN
The stage was quite, the lights were low. The objects, artifacts of a “past future” were carefully arranged in the space. They bared a resemblance of a seemingly familiar past, yet their relationships appeared somehow absurd and ambiguous. A sudden yet, subtle movement of a curtain – the partition between the inside and the outside, between the now and the than, interrupted the heavy silence.
An anonymous figure slowly entered the stage. Its footsteps were soft, its movements inconspicuous. With its look wondering around, the figure stopped at every object, carefully examining its nature and its key characteristics. Its look was deep and curious, yet knowledgeable. They were all objects of a not so distant history; the history somehow connected to the modern man, the man of eternal progress, the man that the figure had many times heard off.
The objects however, were not the same, neither were they copies or postmodern remixes. They were new forms, based up on the appropriation, and layering of numerous aesthetic categories and references, characteristic of a recent history. Although pointing to different cultural sources, they all seamed to share a similar engagement with the subject of temporality, layers of accumulated time, a possible infinity, and a sense of an ongoing (post-apocalyptic) past. After all, the break between what was, and what will (or can) be, frequently falls back on the human need to return, but can also result from the fear of confronting, or even becoming the “future other”.
The figure with its eyes wide open stood in anticipation in front of the curtain. The silent observer, shall we say (?). The space behind the curtain where the timeline supposedly continued (or proceeded?) seamed peaceful. The question however remains; on which side of the curtain did our character stand, the side of appearance or the side of disappearance?

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The Wondering Paths exhibition brings together young artist from the Czech Republic, Poland and Portugal.
Rather than aiming to manifest a particular tendency, that would trap all artists within one aesthetic category, the exhibition builds upon the symbolic language of their work, and references to the modern period and its sources, while developing a narrative of its own.
Individual works should thus be perceived as representative characters, or symbolic elements of a theatrical staging, that by the use of subtle humor, touches up on the present condition of man, our changing perception up on issues of temporality, and our ambiguous position towards what the “concept of a future” might be.

Publicado a 6 de Março de 2014

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ADVÉRBIOS DE LUGAR
Conceição Abreu

A paisagem, em Ciência Geográfica, é uma síntese que engloba todos os elementos presentes num determinado local. Aí radicarão os processos naturais e artificiais em diversificado grau de inter-relação, emprestando-lhe um cariz mais natural ou mais humanizado. Embora geograficamente a ideia de paisagem se construa por meio da audição, da visão, do olfacto e do tacto, ela é concebida, sobretudo, no domínio do visível o que, porventura, fundamenta a ideia comum de que é paisagem aquilo que a nossa vista abarca.
Entendida assim a paisagem, supõe-se um movimento operado pelo observador, viabilizando relações entre os objetos que observa – da sua condição de possibilidade de cada “onde”, “aí”, e “aqui” (Heidegger) – e os objetos que recorda nas suas imagens/memórias. Estas experiências conceptuais, perceptuais e imaginativas são as que possibilitam uma conversão da ideia de paisagem numa ideia de lugar (ou não-lugar). Como num tecido que se vai estruturando através de processos que incorporam e aglutinam lados distintos, direitos e avessos, assim o lugar se vai matéria-lizando. Dependendo das intercepções, cruzamentos, relações, afectos, pensamentos e emoções, se vão determinando as leituras dos lugares que serão, consequentemente, distintas para cada observador. Nesse sentido, tecer e olhar invocam acções aproximadas, uma vez que ambas conduzem à tecitura da realidade.
À semelhança de um tecido que se tece a partir do cruzamento dos fios que o compõe, também a nossa percepção de lugar advém das diferentes possibilidades
de conexão entre aquilo que é dado a ver na paisagem e aquilo que já trazíamos na memória.
Advérbios de Lugar, título da Exposição que agora se apresenta, foi pensada como parte desse processo de possibilidades de uma construção de lugar. Tanto a disposição, como as peças que a integram – fotografia, vídeo, e desenhos bordados foram concebidos enquanto modos constitutivos das ligações ou passagens que o indivíduo cria quando projecta/imagina sobre o que vê o que sabe. Movimentos operacionais que derivarão, portanto, da Experiência e do desejo de construir para si o seu próprio habitat.

Publicado a 15 de Novembro de 2013

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FANFARE FOR CROSSING THE ROAD
Ann-Marie LeQuesne

Fanfare for Crossing the Road é um projeto internacional em desenvolvimento que acrescenta cerimónia a uma situação comum. Em cada país, LeQuesne convida músicos – vestidos com os seus uniformes e posicionados ao lado dos semáforos, para reproduzir o mais fielmente possível o som produzido para os invisuais enquanto o semáforo está verde para os peões (que difere de país para país). Até à data, a performance foi levada a cabo em Londres (com dois tocadores de cornetas), Helsínquia (com três trompetistas e dois percussionistas) e Lisboa (com quatro trompetistas). Em Cardiff, realizou-se uma versão operática de Fanfare com oito cantores a cappella no âmbito do festival O:4W de 2012. A mais recente performance aconteceu em maio, em Nova Iorque (com dois vocalistas e dois percussionistas) com o apoio da Franklin Furnace Foundation.
Mais performances estão planeadas, nomeadamente em Philadelphia e Dublin. Cada Fanfare reflete de certa forma o seu país – o semáforo, o som produzido pelo mesmo, o uniforme usado, o comportamento das pessoas – tudo contribui para o que parecem ser capítulos de uma história contada com pontos de vista múltiplos. As performances realizadas vão sendo adicionadas ao vídeo transformando e acrescentando à sua narrativa.

BIO

Ann-Marie LeQuesne encena eventos que exploram comportamentos sociais em situações de grupo. Trabalha em locais públicos e o seu convite à participação é aberto e as pessoas participam espontaneamente. Todas as performances são sítio-específicas. Usando elementos do tableau-vivant, reencenação e ritual, a artista pede aos participantes que representem uma série de papéis. O teatro na obra aparece como um esforço coletivo. LeQuesne está interessada em situações onde há uma intenção, mas o resultado é incerto. Quer que os participantes descubram o que lhes é pedido enquanto o fazem. As performances são filmadas e fotografadas e as imagens resultantes assumem as qualidades e limitações de imagens documentais.

www.amlequesne.com
www.vimeo.com/annmarielequesne
www.theannualgroupphotograph.com

EN

Fanfare for Crossing the Road is an ongoing international project that adds ceremony to a common event. In each country LeQuesne asks musicians – dressed in uniforms and positioned beside the traffic lights – to mimic as closely as possible the digital acoustic crossing sounds (different in every country) that signal the time to cross for the blind. To date, it has been performed in London (with 2 cornet players), Helsinki (with 3
trumpet players and 2 percussionists) and Lisbon (with 4 trumpet players). An operatic Fanfare with 8 a cappella singers was performed in Cardiff as part of the 2012 O:4W festival. The most recent performance (with 2 vocalists and 2 percussionists) was in New York in May (supported by a grant from the Franklin Furnace Foundation).
Further performances are planned for Philadelphia and Dublin. Each Fanfare becomes a portrait of the country – the light, the traffic sounds, the style of dress, the behavior of the people – all contribute to what feels like chapters in a book where the story is told from multiple points of view. Performances will be added to the video as they occur and the shape of the narrative will evolve.

BIO

Ann-Marie LeQuesne stages events that explore social behaviour in group situations.
She works in public places and her invitation to participate is an open one. All performances are site specific. Often people join in the performance spontaneously.
Using elements of tableau-vivant, re-enactment and ritual, she asks participants to act out a range of roles. The theatrical in the work appears as a collective effort. LeQuesne is interested in situations where there is an intention but the outcome is uncertain. She wants participants to be discovering what her request feels like as they are doing it.
Performances are filmed/photographed and the resulting imagery takes on the qualities and constraints of documentary footage.

Publicado a 14 de Novembro de 2013

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