24
Jun
a
31
Jul
NUDE
INÊS PAIS
The Nude Clown III, 2010, Imagem impressa a jacto de tinta sobre papel, 70x100 cm

The Nude Clown III, 2010, Imagem impressa a jacto de tinta sobre papel, 70x100 cm

POR DENTRO
Retrato com linhas I (1ªsala)

Uma conversa ‘de guião livre’ orientou o nosso encontro no final de uma manhã, polvilhada com chuviscos e uma ameaça de poesia, algures numa esplanada de Lisboa, não muito longe do rio.

Esta é a exposição Nude. A palavra remete-nos para o contexto da actualidade, no sentido da moda. È uma tendência presente, ou qualquer coisa construída nos últimos anos e que, de alguma forma, eu associo quase a uma nova representação do corpo. Se pensarmos nos anos 60, vemos o corpo no cinema, na moda, na música: a pele era pele, o corpo era corpo. Havia uma relação com o corpo que era mais total. Hoje o que se está a mostrar não é a pele, mas uma representação abstracta de pele, intervencionada, produzida, muito estilizada, elegante e sofisticada, que evoca o natural. É quase como se correspondesse ao que é o corpo na sociedade actual – sem o ser exactamente -,  aquilo que eu apelido de relação ‘epidural’: tu vês, pensas, mas tudo o que sentes está em baixo, e não está integrado.

[‘Olá boa tarde! Posso entregar-lhe uma poesia de minha autoria?’, interrompe uma mulher; ‘agora não’ – digo-lhe eu. E a conversa à flor da pele prosseguiu, sem poesia]

A imagem do nude tem a ver com esse religamento ao corpo, que é feito numa sociedade completamente diferente daquela que era nos anos 60 ou 70. Mas não sei se o conceito nude significa só pele.

nude [nju:d], [1] a. nu, despido, sem roupa; sem roupagens; da cor da carne (meias); (jur.) sem valor, válido só depois de legalizado (contrato) / to paint n.figures, pintar nus.

[2] s. (arte) nu, nudez, figura nus/ a study from the n., um nu/ to paint from the n., pintar um nu.

palavras-chave
fechamento, abstração, complexidade, obscuridade, sentir/sensação, submerso.

frase-chave
a pele interior.

Retrato com linhas   II (2ªsala)

 A primeira exposição que fiz em Lisboa – Religio – era sobre a memória e o que eu queria com NUDE é que fosse sensorial: mais pele, mais carne, mais sensação. Comecei assim a desenvolver uma série de trabalhos. Um deles era especificamente sobre os tons de pele – a partir de uma elaboração de listas de tons. E nesse sentido trabalhei literalmente sobre os tons da cor da pele. E como o medium que estava a utilizar ultimamente era a fotografia, quis chegar aos tons da pele através dela. Então tirei um retrato de rosto, fiz zoom até chegar a um pixel, e ao fazer isso em várias zonas do rosto, consegui obter vários tons de pele. Mas ao mesmo tempo interessava-me explorar também a textura, o brilho, o refinamento, enfim todo esse tipo de qualidades sensoriais da pele. Achei que era interessante partir da fotografia, e mostrar a pele como se fosse vista ao microscópio, até chegar ao poro. Mas o formato final será um pixel não fotográfico, mas materializado no tecido, com várias cores, se bem que seja abstracção da pele, a partir do rosto. Esse trabalho deu origem a uma série – Pixels – de quadrados de pano, que evocam a superfície da pele.
Depois comecei a fazer uma série de fotografias, para trabalhar a pele como introspecção, e senti-la como por dentro, mentalmente. E encontrei uma figura a que chamei o nude clown – um palhaço, cuja única coisa que tem é pele e está fechado, virado para dentro. A pele é a única coisa que o reveste, mas que acaba por funcionar como uma espécie de muralha, entre o interior e o exterior.

As minhas preocupações com a pele têm sempre a ver com a vinculação, e com a noção de que a pele é algo que faz com que o corpo não transborde, que o fecha, que está entre nós e o mundo, com tudo o que isso tem de fechamento e de portas abertas. Esta aproximação ao tema da pele começou com a maternidade. Eu só posso trabalhar enquanto mulher, essa é a minha experiência, como mulher ocidental, que vive em Portugal, e já viveu noutros países. Mas aquilo que estou a aprofundar não tem a ver com a minha experiência pessoal, nem somente com a minha condição de mulher, porque nesse sentido iria desenvolver de outra forma. Se calhar aí, iria abordar mais a maternidade… 

 Inês Pais (n. Lisboa, 1975) fez a escola secundária no Colégio Valssassina. Depois foi estudar Pintura para a Escola Superior de Belas Artes. Fez o Erasmus na Alemanha, universidade de Kiel, onde foi a primeira aluna deste programa a ser ali recebida, o que lhe deu todas as facilidades próprias numa escola de arquitectura, design e belas artes, como aquela o é. Fez também uma pós-graduação em Nantes, França, numa escola que estava a ser dirigida por dois comissários da Manifesta. Todos os meses os alunos podiam expôr em cidades diferentes do mundo. A seguir, voltou à Alemanha, para trabalhar numa galeria de Berlim, e depois foi para Nova Iorque, onde esteve dois anos, com o apoio de três entidades (EDP, BCP, e MC).
Os seus interesses actuais são: arte (sempre!), moda, antroposofia, o corpo e todas as abordagens deste como totalidade, o holismo, e a macrobiótica.

Cristina L. Duarte

Publicado a 26 de Junho de 2010

24
Jun
a
31
Jul
Australia
JOANA DA CONCEIÇÃO
Joana da Conceição, Australia 109, diapositivo

Joana da Conceição, Australia 109, diapositivo

“É preferível escolher o impossível verosímil do que o possível incrível.”
in Arte Poética, Aristóteles

A pretensão de conversão credível do real à bidimensionalidade serve um longo processo histórico – especulativo – que marca, de forma mais ou menos declarada, a Arte Ocidental, em prática e conceito, desde a germinação dos dourados pressupostos Clássicos. Pelo conjunto de procedimentos engendrados e sucessivamente apurados evidencia-se um sistema de representação efectivamente extraordinário, admirável e engenhoso.

A capacidade de síntese da aparência do real torna entendível e explicável uma relação eminentemente empírica. Trata-se de procurar pela representação a dedução afirmativa do real, consubstanciando o processo privilegiado para a sua indução – a observação. A apresentação de uma imagem verosímil a observador e fruidor credibiliza a auscultação, eminentemente perceptiva, de ambos.
Depreendemos tratar-se de uma proposta que prevê o entendimento analítico do real, mas que assumidamente aceita subvertê-lo, porque reconhece uma intermediação particular e experimental dos sujeitos.

E todo o processo está invariavelmente subordinado a esta condição. O real não comporta Linha de Terra, Pontos de Fuga, ou Linha de Horizonte. Estes são elementos objectuais, não reais, de um sistema planeado para responder à aspiração de entender o real.
Assim, representar a Linha do Horizonte, parábola deste ávido projecto pela sua especificidade, não é mais do que manifestar-se declaradamente parte de um processo obsessivo que, por via ilusória, aspira a tentativa de representação de uma ilusão. Não é mais do que procurar figurar de forma simbólica e convencionada o que parece real. Projectar uma fronteira imaterial e intangível num plano ficcional que medeia a relação do observador com o real, é puro acto especulativo – representar ideias, corporizar o virtual, substanciar um entendimento abstracto.

Nunca foi objectivo re-localizar o real, porque não se aborda o real, antes o real intermediado. Procura-se a síntese de como ele se apresenta, de como o entende o observador.
E é esta mediação, experimental e subjectivada, que circunscreve este projecto ao campo da arte. Que o esclarece como projecto atemporal e intemporal.

LH não é real, e não se reporta ao real. LH é símbolo paradigmático da abstracção – remete-se à aparência do real. Australia não é Austrália nem se reporta a ela, reporta-se a uma ideia de Austrália incógnita, simultaneamente distante e ausente.

É isto que isenta de literalidade o trabalho artístico de Joana da Conceição. LH como Australia são deduções do real, formas particulares, subjectivadas, de relação com o mundo. Uma relação que é inatamente imune à objectivação, ao unanimismo, e que se revela como substância estética inesgotavelmente fértil.

“Uma carta individual de um objecto não tem fronteiras porque ela resulta da integração do objecto no plano subjectivo do sujeito, ela é inconstante e precisa de ser constantemente cartografada.”
in Australia, um lugar de coincidência, Joana da Conceição.

Frente a uma linha de horizonte intangível, Joana, afirma-se como um observador particular. Localiza-se no ponto definido pelas coordenadas, específicas e mutáveis, de quem testemunha e cria, que persistem até à fermentação e estabelecimento de novas ideias. E este pressuposto de honestidade, que tão bem traduz a prática criativa, repudia a sujeição à inércia, porque entende e prevê o erro, a ratificação, mas acima de tudo porque aceita o despoletar contínuo e permanente do tempo, que fomenta a mudança deliberada ou acidental. Um pressuposto expresso pela ininterrupção do projecto Australia iniciado em 2007, cujo término não foi anunciado, nem mesmo projectado.

A contemplação de LH e Australia servem a efervescência e a persistência de um percurso (a ampliação dos conceitos, a procura incessante de outras hipóstases, a elaboração de novos objectos). Um percurso comprometido com a Arte, implicado nas suas premissas e que proclama convictamente a obra – no que esta comporta e no que revela.

“As obras são os pontos da minha carta individual, e correspondem, por isso, a materializações do espaço abstracto que se desenha entre mim e a Austrália. No seu conjunto definem o que é a Australia.”
in Australia, um lugar de coincidência, Joana da Conceição.

O trabalho de Joana é manifestamente objectual, é matéria palpável, tangível – construção real. Como se procurasse recolocar a inquietação inerente à ideia que lhe deu forma; como tatuagem (visível e permanente) da complexidade de todo o processo.
Por isto, nunca o conceito aliena a forma. Pelo contrário, o seu trabalho assume um carácter eminentemente pró-aurático, apela à vantagem inigualável da relação directa e presencial – entre fruidor e obra – na experiência estética. O seu trabalho comporta o deleite estético, o embevecimento, o êxtase, a paixão pelo objecto. E reconforta o fruidor, porque faz uso deliberado de um trunfo maior – inestimável – e exclusivo do processo artístico: o prazer da fruição. É esta afirmação que contida na obra de arte permite ao fruidor entendê-la (individual e particularmente) como tal. Apesar das intenções do autor.

Face a esta declaração profundamente engajada com a arte e seus pressupostos, poder-se-á depreender sobre as obras de Joana um nascimento difícil, atribulado, produto da incessante e ansiosa prática de trabalho em atelier. Poder-se-ão percebe-las como fruto do fluxo e refluxo de um trabalho compenetrado, perseverante. Como resultado de um longo e labiríntico período de maturação que procura, através do uso descomplexado dos médios, dar corpo credível, e não gratuitamente incrível, à sua forma de entendimento do mundo.

Tânia Cortez

Publicado a 26 de Junho de 2010

24
Jun
a
31
Jul
Alice Geirinhas sobre fotografia de Nuno Ramalho

Alice Geirinhas sobre fotografia de Nuno Ramalho

 Alice Geirinhas, Ana Pérez-Quiroga, Cristina Mateus, Isabel Ribeiro, Nuno Ramalho e Susana Chiocca são os artistas que compõem a exposição “If I Can’t Dance, I Don’t Want to be Part of your Revolution”. Seis artistas, três nascidos na década de 60, três na de 70 e de duas cidades, Lisboa e Porto que se reúnem a convite de Alice Geirinhas para pensarem sobre revolução, anarquia, utopia e arte tendo como livro de cabeceira o ensaio biográfico da investigadora Clara Queiroz sobre a anarquista oitocentista Emma Goldman. Revolucionária, contestatária, oradora carismática e editora da revista Mother Earth, Emma lutou toda a sua vida pelos direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos homossexuais, pela liberdade sexual, controlo da natalidade, maternidade voluntária e contra a natureza repressiva do estado e da religião. As suas ideias foram recuperadas pelas feministas americanas e canadianas dos anos 70 do séc. XX e a sua frase que dá título a esta exposição, tornou-se num slogan das manifestações feministas, gritado e impresso em faixas e t-shirts.
Emma poderia ter sido uma das activistas da revolução de Maio 68, uma miúda flower power a reivindicar pela paz, pelo direito ao sexo livre e pela pílula, uma amiga de Malcolm McLaren e da Vivienne Westwood no punk londrino, ou uma estudante lisboeta e revolucionária de 74 – as revoluções estético-ideológicas que marcaram as décadas em que os seis artistas nasceram.

If I Can’t Dance, I Don’t Want to be Part of your Revolution, reflecte sobre a arte, o que é, onde está e para onde vai, de um modo artisticamente incorrecto no sótão de uma galeria lisboeta. Esta exposição conta ainda com a colaboração dos artistas António Olaio, Carla Cruz, Carlos Vidal, Fernando Ribeiro, Francisco Queirós, Gonçalo Pena, João Fonte Santa, Paulo Mendes, Pedro Amaral, Pedro Cabral Santo, Pedro Pousada e o designer Jorge Silva na realização de uma peça (um livro de artista) da artista/curadora, intitulada Alice’s Guest Book.

Publicado a 26 de Junho de 2010

24
Jun
a
31
Jul

convite_digital

De heróis está o inferno cheio parte de uma discussão colectiva sobre a noção de herói enquanto figura arquetípica do homem. O conceito de herói como ponto de partida para o questionamento da referencialidade na cultura contemporânea, já que no herói figura a idealização humana e o desejo colectivo. A crescente autonomização do sujeito social em detrimento da construção de um sentido referencial conduz a uma alienação histórica e identitária do homem. Por outro lado, o conceito de arquétipo está associado à criação de imagens ideais, regidas por cânones morais e éticas, circunscrevendo-se de uma forma mais abrangente numa lógica de categorização. Neste sentido, colocamos algumas questões que tentamos responder nesta exposição: terá o heroísmo lugar na cultura contemporânea? que género de heroicidade existe actualmente? há heroicidade na prática artística? manifestará o homem de hoje a sede por um protagonismo histórico e dramático?

A interpretação do herói como alguém que se posiciona entre a figura divina e o homem leva incontrolavelmente à exploração de outras problemáticas adjacentes, nomeadamente o posicionamento social, cultural e político do sujeito nos dias de hoje.

Publicado a 25 de Junho de 2010

24
Jun

RESIDÊNCIAS INTERNACIONAIS – Setembro > Dezembro 2009

A Plataforma Revólver acolhe a partir de 20 de Setembro dois artistas internacionais em residência por um periodo de 3 meses; a Arte Contemporânea transcende culturas: a selecção dos candidatos obedeceu a uma candidatura (através do site da Pepinières europèennes pour jeunes artistes), tendo a Plataforma Revólver recebido mais de trinta propostas de candidatos provenientes de França, Itália, Canadá, Brasil, Estónia, Polónia, Eslováquia, etc.
Pretende o Edifício Transboavista tornar sazonal a modalidade de acolher em Lisboa artistas provenientes de fora de Portugal.
As residências são um local de trabalho e criação de projectos artísticos, que criam dinâmica para a cidade. Estas residências, de forte ligação à arte permitirão descobrir novas tendências e o encontro de artistas, para prazer de todos os envolvidos.
Porque a cultura é componente essencial da cidade, o Edifício Transboavista transmite, através da programação que produz, uma imagem inovadora e criativa de Lisboa, criando uma nova dinâmica que favorece a sensibilização do público, as trocas culturais e a construção de net works.

Estas residências realizam-se em colaboração com o Clube Português de Artes e Ideias.

INTERNATIONAL RESIDENCE – September> December 2009

Plataforma Revólver will have, from 20 of September, 2 international artists in residence for a period of three months. The Contemporary Art transcends cultures: the selection of the candidates was made through an application (in the Pépinières européennes pour jeunes artistes web site), and we received more than thirty proposals from France, Italy, Canada, Brazil, Estonia, Poland, Slovakia, etc..
The building will make seasonal, in Lisbon, the residence to  international artists.
The residences are a place of work and art projects that will create momentum for the city. With these residences, with a strong connection to art, we will discover new trends and new artists.
Because culture is an essential component of the city, with this programme transboavista aims to provide an image of innovative and creative Lisbon, creating a new dynamism that promotes public awareness and cultural exchanges.

These residences are held in collaboration with the Portuguese Clube de Artes e Ideias and Re-al.org


Anne Bourse (Lyon, 1982)

Bacharel em Literatura, frequentou a Academia Libanesa de Belas Artes e a National Fine Art School em Lyon.
Exposições Colectivas: “It is somewhat ambitious…of shrewdness and of absurdity“, Gallery Super, Paris (2009); Work in progress at the Studio 27, European Culturel Center, Berlin (2009); Mononale, Gallery 21, Hamburg (2008); Hunter! Hunter! 2, Gallery Hinterconti, Hamburg (2008); Nuage-Eclair, Lyon (2007); Le prix de Paris, ENBA Lyon (2007); Zirconia – encrusted tweezers, Dome Theater, Beirute.
Exposições individuais: Politique de l’enfance, ou, comment cacher suspicion dans innocence, Tout-En-Cours, Lyon, 2008; Géomètres, Pollueurs et Sorciers, Gallery Roger Tator, Lyon (2007).

Anne Bourse, Geometres, pollueurs et sorciers, 2007, instalação

Anne Bourse, Geometres, pollueurs et sorciers, 2007, instalação

Anne Bourse, Colour filled plantations, 2006, instalação

Anne Bourse, Colour filled plantations, 2006, instalação

Steve Schepens (Gent, Bélgica, 1979)

Mestre em Pintura pela Academia de Belas Artes de Gent.
Expõe regularmente desde 2005. Das suas exposições destacam-se:
Exposições individuais – Horror 26, ONA Gallery, São Francisco (2009); Horror 30, Bélgica (2009); Horror 32, Berlim (2009); Horror 46, ArteLisboa, Lisboa (2008);
Exposições colectivas – Horror 53, Hamish Morrison Gallery, Berlim (2009); Horror 58, Artstrom, Thyssen-Bornemisza, Berlim (2009); Horror 7, Scalamata Gallery, Bienal de Veneza (2009); Horror paintings, Space Other Gallery, Boston (2008); Horror 15, Marta Museum, Herford-Alemanha (2006).

Steve Schepens, 2005, Horror 7, videostill of performance

Steve Schepens, 2005, Horror 7, videostill of performance

Steve Schepens, 2008, Horror 46 - Cerca e Trova, 150x300x300 cm

Steve Schepens, 2008, Horror 46 - Cerca e Trova, 150x300x300 cm


 
Publicado a 24 de Junho de 2010