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NEW PLACES, OLD BONES
São Trindade

Que seria, pois de nós, sem a ajuda do que não existe.
Paul Valéry

No fundo, nós somos feitos para o sonho, não temos os órgãos necessários à vida.
Rainer Maria Rilke

Escrevo, tal como prometi, desta terra que me habita, que também pode ser mar ou outro qualquer lugar.
Se a mim vos quereis juntar, basta embarcar.

BIOGRAFIA
São Trindade é licenciada em Pintura pela Escola de Belas Artes de Lisboa.
Nasceu em Coruche (1960). Vive e trabalha em Lisboa.

Seleção de exposições individuais
2010: The tailor, VPF Cream Art Gallery, Kglamour, Kgaleria;
2008: Sobreviver a uma cidade de futebol, Arquivo Fotográfico da CML;
2007: Bad liver and a broken heart, KGaleria, Friday night Saturday morning, Casa das Artes, Tavira.
2004: Coser a ferida, Centro de Artes das Caldas da Rainha, Museu António Duarte.

Seleção de exposições colectivas
2014: Nós, Plataforma Revólver.
2013: Percursos com Arte, Coruche; Dive in, Plataforma Revólver; The Non Zero-Sum Art Games, Mart, Dublin.
2012: O Sonho de Wagner, Plataforma Revólver.
2011: Colectiva, Plataforma Revólver.
2009: Fronteiras do Género, Encontros da Imagem, Braga.

Publicações
Bad liver and a broken heart, Ghost Editions, Lisboa 2012.
Coleções: P.L.M.J, BES e diversas coleções particulares.

Publicado a 10 de Setembro de 2014

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O COLAPSO DA CIVILIZAÇÃO
João Fonte Santa


“What will these hands ne’re be cleane? No more o’that my Lord, no more o’that: you marre all with this starting (…) Heere’s the smell of the blood still: all the perfumes of Arabia will not sweeten this little hand. Oh, oh, oh”
The Tragedy of Macbeth – William Shakespeare

O Colapso da Civilização é o título da mais recente apresentação de trabalho de João Fonte Santa. Trata-se de uma exposição de arqueologia futurista, onde temos acesso aos vestígios calcificados da civilização, embalados e catalogados, momentos antes do seu eminente colapso. Uma Pompeia radioativa, cibernética, neoliberal, sob um céu 3D.
O Colapso da Civilização é um pot-pourri visual de uma sociedade que se pensava invulnerável e que acreditava que a eternidade se resumia àquele breve instante de gravidade zero em que o Mundo é perfeito!

Como em todas as histórias esta exposição começa com uma frase: “Há muito, muito tempo atrás numa terra muito distante…”

Na senda das mais recentes propostas expositivas onde, como curador e artista, João Fonte Santa questionou e trouxe a debate o atual contexto sociopolítico internacional com um olhar interventivo e crítico, esta exposição traz nova produção, em formatos inéditos, sobre papel e sobre tela, onde política, humor, ironia e visões apocalípticas se abraçam.


BIOGRAFIA

João Fonte Santa ( Évora, 1965) Vive e trabalha em Lisboa.
Estudou Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Começou por dedicar-se à produção de banda-desenhada underground. Lentamente, contudo, o seu trabalho afirmar-se-ia no campo da pintura, tendo começado a expor desde meados dos anos de 1990.
Trabalhando a partir de um extenso banco de imagens e referências provindas sobretudo da cultura pop, a obra de Fonte Santa é o resultado de uma visão acutilante e particularmente crítica do mundo.
Das suas exposições coletivas, destacam-se: Rádio Europa Livre (2011, Plataforma Revólver); O Declínio do Mundo pela Magia Negra (Casa das Artes, Tavira); Dive in (2013, Plataforma Revólver); O Fim da Violência (2013, Casa Bernardo, Caldas da Rainha); Nós (2014, Plataforma Revólver). Das suas exposições individuais, destacam-se: O Crepúsculo Dos Deuses (Galeria VPF Cream Art, Lisboa); Pintura Para Uma Nova Sociedade (Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira); O Aprendiz Preguiçoso, Festival Sonda (Atelier-Museu António Duarte, Caldas da Rainha); Frozen Yougurt Potlash (Galeria VPF Cream Art, Lisboa).

Publicado a 15 de Maio de 2014

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SALA 1

Pascal Ferreira
06.03.2014 – 02.05.2014

“Sim, porque o mar fica onde as montanhas querem!”

BIOGRAFIA
Pascal Ferreira (1971) Nasceu em Paris.
Vive e trabalha na cidade do Porto.
Licenciado em Artes Plásticas – Escultura, pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, 1996. Leccionou entre 1998 e 2009, como assistente do departamento de Escultura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Actualmente desenvolve trabalho nas áreas da Instalação, Escultura e Desenho. Desde 2001 que expõe regularmente. Das suas mais recentes exposições individuais, destacamos, em 2013, “estórias soltas da montanha”, Objectos Misturados, Viana do Castelo;”POR ORA…”, Galeria SPUT&NIK the WINDOW, Porto; “Une idée de Nouveau Monde”- Performance, evento LAISSEZ_FAIRE 2ª Edição, Porto; “A História do Homem Montanha e a Menina dos Lápis de Cor”; Galeria dos Leões, Reitoria da Universidade do Porto; em 2012, “…de um conto infantil que comecei a escrever, estes são os três primeiros momentos de aproximação do Homem Montanha à aldeia onde vive a Menina dos Lápis de Cera…”, Galeria EXTERIL, Porto; e, em 2011, “ATALHO”, Galeria VPF CREAM ART, Lisboa. Das exposições colectivas, relevamos, em 2014, “Exposição Magna dos sócios do Praça da Alegria F. C.”, comemorações do 40º aniversário, salão nobre da junta de freguesia do Bonfim, Porto e “Teoria da Pintura – uma colecção quase objecto, ou mais”, AISCA, Viana do Castelo. Em 2013, “Laissez-moi-faire en rose”, LAISSEZ_FAIRE 2ª Edição, Porto; e em 2012, “Tornado ::: Digital Zero Artshow”, Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, Póvoa de Varzim e “Pois! Pode ser que seja do tempo…”, “CHEIA”, Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, Póvoa de Varzim. Em 2011, “PuÉ PuÉ” (Performance), Evento “15 minutos de FAMA” 4ª edição, Galeria EXTERIL, Porto; “Coletiva”, VPF CREAM ART, Lisboa; “Catavento”, Espaço GESTO, Porto; “Troca-se por Arte #2 ”, Casa de Eros, Porto.

Para mais informações clique aqui | vpfcreamart@artecapital.net | (+351) 213 433 259 | (+351) 961 106 590

SALA 2

João Jacinto
06.03.2014- 02.05.2014

BIOGRAFIA
João Jacinto (1966) Nasceu em Mafra, Portugal.
Vive e trabalha no Monte Estoril, Portugal.
Entre 1985 e 1999 estudou na E.S.B.A.L. Entre 1989 e 1992 leccionou no Ar.Co – centro de arte e comunicação visual, Lisboa e desde 2001, é Assistente na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Entre as mais recentes exposições individuais, destacam-se, em 2013, Os Tempos da Pintura – Museu Barata Feyo – Centro de Artes das Caldas da Rainha 2012 Desde amanhã, Galeria Fernando Santos, Porto, Portugal. Em 2010/11, Tendas no Deserto, Fundação Carmona e Costa, Lisboa. Em 2010, Pele Atrasada, Galeria Fernando Santos, Porto, Portugal Guest Room Contemporary Art, Bruxelas, Bélgica. Em 2009, Guest Room Contemporary Art, Bruxelas, Bélgica Galeria João Esteves de Oliveira, Lisboa, Portugal. Em 2008, Galeria Módulo – Centro Difusor de Arte, Lisboa, Portugal. Em 2006, Renate Schröder Gallery, Mönchengladbach, Alemanha. Em 2005, Formadarte, Galeria de Arte, Estoril, Portugal; em 2003, Museo Extremeño Iberoamericano de Arte Contemporaneo, Badajoz, Espanha;?em 2002, Galeria Módulo – Centro Difusor de Arte, Porto, Portugal Fundação D. Luís I, Cascais, Portugal 2001 Renate Schröder Gallery, Colónia, Alemanha. Entre as suas mais recentes exposições colectivas, destacam-se, em 2009, “Do séc. XVII ao séc. XXI: além do tempo, dentro do Museu” Comissariada por Fátima Lambert, Museu Nacional Soares dos Reis, Porto, Portugal; em 2006, “Densidade Relativa” (Leonor Nazaré), Centro de Artes de Sines e C. C. Emérito Nunes. Sines, Portugal “Eine Ausstellung”, Renate Schöder Galerie, Mönchengladbach, Alemanha 2005 “Less is More”, Renate Schröder Gallery, Mönchengladbach, Alemanha “100 Desenhos”, Maus Hábitos, Porto, Portugal “Densidade Relativa” (Leonor Nazaré), C.A.M. Funação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; em 2004, “Papierarbeiten – Paper works”, Renate Schröeder Gallery, Cologne, Alemanha; em 2003, Depósito Isabel Vaz Lopes, Museu do Chiado, Lisboa, Portugal; em 2002, “O Quê? Pintura. Claro! Porque não?”, Módulo, Porto, Portugal; em 2001, “Niebeneinander III”, Renate Schröder Gallery, Cologne, Alemanha.
Está representado em coleções nacionais e internacionais.

Para mais informações clique aqui | vpfcreamart@artecapital.net | (+351) 213 433 259 | (+351) 961 106 590

Publicado a 6 de Março de 2014

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Catarina Vaz | Cecília Corujo | Inês A | João Maciel

Catarina Vaz

Nasceu em 1986. Vive e trabalha em Sintra.

Formação
Frequência do Mestrado em Pintura, Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa
Licenciatura em Pintura, Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa, especialização em Audiovisuais
Mastermind your future – Bootcamp, Workshop, Artez, Dutch Art Institute, Holanda
Master Degree Fashion Styling, Istituto Marangoni (Milão)
Diploma curso de Realização I, Restart – Escola de Criatividade e Novas Tecnologias, Lisboa
Curso de Desenho, Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa

Exposições (selecção)
2013 New Wave, VPF cream art gallery, Lisboa
9º Prémio Amadeo Souza Cardoso, Amarante,
Exposição de Finalistas da Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa,
2012 12×12 – Exposição colectiva, Lisboa
Primeira selecção – Emergentes DST Encontros da Imagem 2012, Braga
Exposição colectiva Once We Were Heroes, Centro Cultural de Cascais
2007 Exposição de fotografia e video, Restart, Lisboa

Cecília Corujo

(Coimbra, 1990), acabou o curso de Artes Visuais na Escola Secundária José Estevão de Aveiro (2008), terminou a licenciatura de Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 2012, tendo estado seis meses durante o ano lectivo de 2010-2011, na Kunstoschule Kassel ao abrigo do programa de intercâmbio europeu Erasmus.

Exposições Individuais
2013 – Cinema Transcendental (exposição); Espaço Cultural AXA, Lisboa

Exposições Coletivas
2010 – Semana de França em Portugal, Espaço Europa em Lisboa
2010 – Miscisnações: ocidente/oriente , Faculdade de Belas Artes de Lisboa.
2010 – Concurso Jovens Criadores 2010, Museu da Cidade de Aveiro.
2011 – Concurso Jovens Criadores 2011, Museu da Cidade de Aveiro.
2011 – Rundgang 2011, Kunstoschule Kassel, Alemanhã.
2012 – GABA (Galerias Abertas das Belas-Artes), Faculdade de Belas Artes de Lisboa 2012 – Salão da Primavera XXV do Casino Estoril, Lisboa
2012 – Residência Artistica Pé de Cabra: Its Not Basel But It Could Be; Lisboa
2013 – Exposição de Finalistas de Pintura 11/12; Associação Nacional de Belas-Artes , Lisboa.

Inês A

Vive e trabalha entre Lisboa e Viena.
É licenciada em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de BelasArtes da Universidade de Lisboa (2007).
Desde 2003, tem também desenvolvido uma actividade constante na área da educação pela arte, e em 2008 e 2009 realizou um projecto de desenho no centro de Psicoterapia do Hospital Júlio de Matos.
Em 2010 colaborou nos projectos Motion e Histórias do Castelo, de Bernardo Sassetti.
Em 2007 tem o apoio da HP Grande Formato e em 2013 o apoio da Indasa.

Exposições (selecção)
2013 Crepúsculo, Teatro Joaquim Benite, Almada (2013)
O Processo, Arquivo 237, Lisboa (2013)
Un jour si blanc, Plataforma Revólver – Project 1, Lisboa (2012)
Experimenta Design – Pin – Projectos tangenciais, Lisboa (2011)
AAA – Abertura de Ateliês de Artistas, Chateau D’if, Lisboa; (2011)
O que é feito do verão?, Centro Cultural de São Martinho do Porto (2009)
Impressões fotográficas, galeria FBAUL, Lisboa (2008)
Alunos de BelasArtes na HP, Oeiras (2008);
Tribos Urbanas, Saia Rosa CabeloComprido, Festival de Cinema & Video Arts, Lisboa (2007)
V Bienal da Nazaré (2007)
XIV Bienal de Vila Nova de Cerveira (2007)

João Maciel

(Lisboa, 1982) Vive e trabalha em Lisboa.
Terminou em 2013 a Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Exposições coletivas
2012 Dois para Dois Balizas Pequenas, Lisboa, Portugal.
2012 É Estranho, ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão em parceria
com a FBAUL (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa).
Lisboa, Portugal.
2012 Noventa e Seis Horas, Lisboa, Portugal.
2012 G.A.B-A Galerias Abertas das Belas-Artes, Lisboa, Portugal.
2011 Ateliers Abertos (FBAUL), Lisboa, Portugal.

Exposições individuais
2013 ALASKA PROJECT, Lisboa, Portugal.

Residências
2012 Pé de Cabra – Residência Artística, Lisboa, Portugal.

Colaborações
2013 Colaboração numa peça para a exposição:
EFEITO WERTHER/ WERTHER EFFECT
João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira
Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa, Portugal.

Publicado a 19 de Novembro de 2013

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(re)visito(me)
André Banha

Em (re)visito(me), André Banha revisita o material, revisita a construção, revisita o espaço da VPF Cream Art, abrigando-se e (re)construindo-se nele. Banha edifica espaço dentro do espaço, semivisível, mas não alcançável.
Uma instalação onde textura, padrão e forma nos conduzem pela galeria, deixando-nos, contudo, de fora, espectadores expectantes, perscrutando o seu interior.

Por possibilitar várias leituras, por ser um somatório de outras peças suas e da influência de outros artistas no seu percurso ao longo dos últimos anos. Por ser uma evolução natural do seu trabalho, de elaborações que tinha iniciado, experimentado, guardado… André Banha revisita-se e apresenta-se com um trabalho feito especialmente no e para o espaço desta galeria.

Biografia

André Banha nasceu em Santarém, em 1980. Vive e trabalha em Coruche.

Licenciado em Artes Plásticas, pela Escola Superior de Arte e Design (ESAD), Caldas da Rainha em 2006.

Exposições individuais:

Playwood, Galeria Bessa Pereira Design, Lisboa, 2013; desenho, escultura, VPF Cream Art Gallery, Lisboa, 2011; A casa das duas portas, Biblioteca da FCT/UNL, Campus de Caparica, 2010; desenho, escultura, Academia de Artes dos Açores, 2008; Segurei-te o Pôr-do-Sol, VPF Cream Art Gallery, Lisboa, 2008; De dentro…, no espaço 20m3, Galeria Carlos Carvalho – Arte Contemporânea, Lisbon, 2007.

Exposições coletivas (seleção):

5.ª Edição LandArt Cascais, Quinta do Pisão, Cascais, 2013; Project – Cosmic Underground, vários locais, 2012; IV Festival Internacional da Luz-SkyWay, Torun, Polónia, 2012; O CORAÇÃO, centro do nosso universo, Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2012; Museu Bernardo – Coleção e mais, CAS – Centro de Artes de Sines, 2012; Festival Lumina, Sintra, 2011; Vicente, Projecto Ermida de Belém, Lisboa, 2011; Guimarães Arte Contemporânea 2011, Palácio Vila Flor e Laboratório das Artes, Guimarães, 2011; Processo e Transfiguração, Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada, 2010; Jeune Création Européenne, (exposição itinerante de 2007 a 2009); Finisterra, no âmbito do evento Allgarve, Convento do Espírito Santo, Loulé, 2008; Fazer falar o desenho, Museu de Arte Contemporânea – Forte São Tiago, Funchal, 2007; Coimbra-Aix-en-Provence, Convento de S. Francisco, Coimbra, 2007; Anteciparte, 3ª. Edição, Lisboa, 2006 (participação em que obteve uma menção honrosa); LuzBoa, II Bienal Internacional da Luz, Lisboa, 2006; ESAD CALDAS 2005 IPL, Caldas da Rainha, 2005.

Link: http://acasadasduasportas.blogspot.com

Publicado a 11 de Setembro de 2013

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[NO AUDIO]
Luís Alegre

Formalmente, esta exposição é composta por uma série de desenhos reproduzidos em diversas técnicas de serigrafia, 3 vídeos de animação e uma edição limitada de um livro. Trata-se de um conjunto de imagens que revelam momentos isolados, mais ou menos reconhecidos, do universo do cinema, da moda, da publicidade, mas também das imagens-vídeo vernaculares que o mais anónimo utilizador faz por disseminar na web, às quais são acrescentadas frases/legendas retiradas de outras situações, o que que torna insólito uma nova possibilidade de leitura. Até pelo caráter humorístico ou mesmo cínico do conjunto. Ou seja, as legendas reajustam-se às imagens com as quais não tinham qualquer relação inicial.
Todas as cenas representadas são figurativas, quase primárias, seja pelo apagamento das feições, num enquadramento invulgar, ou pela paleta de cores fortes mas reduzida, essencialmente primárias. São fragmentos de características cinematográficas, mas sem áudio.
É uma exposição em que os desenhos congelam a narratividade e a ação característica dos objetos cinéticos e os vídeos, que poderiam potenciar a ação do cinema, decepcionam pela circularidade de uma mesma ação sem final.
A grande maioria das imagens e as suas legendas escritas, acaba por guiar os espectadores para um vasto espectro de interpretações literárias e imagéticas. Há nestas obras uma ideia algo paradoxal, explorarão deliberada, que acaba por situar estas peças na fronteira entre a tristeza e a alegria, entre o “eu já senti isto” e “o que é isto?”.
A exposição é como uma daquelas revistas de consultório.?Vagueamos nela, vemos as imagens, lemos um pouco e pergunta-mo-nos: “Mas que raio vem a ser isto”.

Luís Alegre (Anadia, 1969)
Formado em Pintura, doutorado em Design. Vive e trabalha em Lisboa, conciliando a carreira artística com a actividade de designer. Desde a segunda metade dos anos 90 desenvolve projectos que cruzam multiplas disciplinas, relacionando o design, o vídeo e instalações.
É professor nos cursos de Licenciatura em Cinema, Fotografia e Cinema de Animação na Universidade Lusófona de Lisboa.
Director criativo da Ideias com Peso, atelier de comunicação e director de arte do gruo editorial LeYa (área escolar).
Começou a expor individualmente em 1995 e a participar em colectivas em 2004.

Exposições individuais (selecção): Rude, Galeria Diferença, Lisboa (1995); Keep Dancing, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (2001); Empty Hard Work, Sala do Veado, Museu de História Natural, Lisboa (2002); Feeling EU, Galeria Carlos Carvalho, Lisboa (2006); Total Equilibrium, Galeria VPFCream Arte, Lisboa (2007), Play Them, com os artistas convidados José Maçã de Carvalho, António Olaio e Rui Garrido, Plataforma Revólver, Lisboa (2010). Play Them #02 [Pradillo], Teatro Pradillo, Madrid (2012).
Exposições colectivas (selecção): Unfold, Acção ‘Luzes, Câmara… Martini’, Luzboa – Bienal Internacional da Luz ‘04, Lisboa (2004); Em Fractura – Colisão de Territórios, Projecto Terminal, Fundição de Oeiras (2005); Toxic, o Discurso do Excesso, Projecto Terminal, Fundição de Oeiras (2005); Project o Toilette (com Miguel Palma), Feira Internacional de Arte de Lisboa, WCs da FIL (2005); 25 Frames por Segundo, Vídeos da Colecção da Fundação PLMJ, Cinema São Jorge, Lisboa (2007); Lisboa, Luanda, Maputo, Cordoaria Nacional, Lisboa (2007); Remote Control, Plataforma Revólver, Lisboa (2007). Tirésias – Videoartistas de Portugal, no Centro Cultural de Espanha, em Montevideo, Uruguai (2010). A Arte é a melhor forma de perceber o mundo, no BES Arte & Finança, Exposição *08, Lisboa (2010). Camcloser — INTERFERÊNCIAS em Vídeo, PT BlueSattion, Lisboa (2012).

Realização videoclips: (alguns em conjunto com o colectivo JANCL): Facial Gangbang, Lolly and Brains, (2004); Bad Mirror, The Vicious Five, (2006) que foi seleccionado para o festival de Vila do Conde 06 – International Short Film Festival e para o Imago ‘06 – International Young Film Festival (2006); Down by Flow, Micro Audio Waves, (2007); Rock Me Tonight, Micro Audio Waves, (2007); Human, Stereo Addiction, (2009) e Ao Deus Dará, Balla, (2010).

Publicado a 6 de Junho de 2013

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VITA BREVIS
Fabrizio Matos

O caçador

Deste lado do mar existem também os vulcões, embora a sua origem não esteja nas profundezas, mas no que está a flutuar à sua volta. Eles têm do seu lado o tempo, e a gravidade. Aliás, é relativamente simples encontrá-los nas grandes salas e acervos; estão ocultos debaixo das mesas, dentro das gavetas, nas prateleiras, e praticamente em todos os cantos. Dificilmente poderão amedrontar uma população pelo seu tamanho, ou pelo fervor dos seus murmúrios. A sua ameaça pertence a outro género; é quase invisível. Trata-se então daquilo que se dissipa com o sossego: o inevitável.
Fabrizio Matos é um coleccionador de vulcões, e o pó que os materializa é o seu objecto de estudo. Para conseguir chegar até eles, não lhe é preciso atravessar grandes distâncias, nem empreender aventuras de ultramar. Para compreendê-los verdadeiramente, que é o que interessa, tem de se assumir o controle do mundo donde eles vêm. É justamente por isso que irrompe em prédios consagrados a organizar e a catalogar universos congelados. Ninguém acharia estranho que os objectos que lá moram forem sujeitos, no inicio, a um escrutínio minucioso, contribuindo assim com informação de um valioso cariz cientifico. Neste tempo, e na melhor das hipóteses, alguns desses seres que nalguma altura arrastavam-se na terra, nadavam nos rios, ou até voavam, são apenas expostos por trás de um cristal, e qualquer pessoa curiosa pode lá ir visitá-los. Atrapalhado numa mistura de tristeza e admiração, o Fabrizio contempla uma dessas criaturas ingénuas, cujo olhar imóvel parece, subtilmente, devolver-lhe o gesto. Não obstante, é aqui onde descobrimos a ponta do iceberg; o cimo do vulcão. O resto há de estar mergulhado em caixotes e noutro tipo de receptáculos, condenado a um ocaso preguiçoso, e ainda pior, sem testemunhas. Esta obsessão por entrevir, se calhar não a sua origem, mas o indeclinável futuro das coisas, é o que o têm levado a reproduzir estes espaços, e a combinar as suas próprias compilações. Nesta pesquisa, consegue reunir um grupo de pessoas – enroupadas em límpidos mantos de um certo museu – prontas a maquinar uma coreografia macabra: fazer levitar uma besta. Mas o senhor Matos não fica satisfeito com isso, e leva a situação até o limite. Desprovidos do seu nome, alguns corpos que pudessem parecer-nos conhecidos, oscilam no ar, circundados por figuras que, como se por um instante soporífero passassem, tivessem esquecido o que está a sua frente. O que esses corpos insondados realmente eram, os sonhos que eles tiveram, ou a língua em que eles conversaram, tudo isso parece ter sido esvaziado; examiná-los portanto era uma tarefa obrigatória.
Agora é que nos encontramos todos ao mesmo nível: somos todos borboletas, somos todos crocodilos, ou qualquer outro bicho preso pela nostalgia, no gabinete do tempo. Na verdade, sabemos pouco do verdadeiro propósito desta análise. Como habitualmente acontece quando começamos a acumular promessas, temores, barulhos, ou até amores, o seu caminho poderia ser uma vontade que nos ultrapassa; um artifício. Esta impossibilidade, por consequência, converte-se logo numa coisa irresistível.
No final do dia, é muito provável que nós próprios fossemos igualmente objectos de estudo; que estivéssemos ainda suspensos no ar, sem conhecimento nenhum, de fazer já parte da colecção do Fabrizio.
Tempo depois, juntamente com ele, juntamente com tudo, faremos também parte, de mais um vulcão.

Humberto Duque

Publicado a 14 de Março de 2013

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Joana Rosa
O desenho em estado puro
por Miguel Matos

Se há uma coisa a reter antes de analisar qualquer obra de Joana Rosa, essa coisa será antes de mais, a ideia de doodle – um desenho feito de forma automática sem que a autora o tenha planeado e muitas vezes executado enquanto pensa noutras coisas. É uma maneira de fazer passar o tempo, uma distracção, por vezes um reflexo imediato da mente de alguém, possivelmente explicado através da psicanálise. Para Joana Rosa, o produto destes momentos é fascinante. A artista colecciona doodles, seus e dos seus amigos, catalogando-os e reunindo-os na sua colecção. Mas os desenhos que tem feito ao longo dos anos seguem também eles quase sempre o caminho de um doodle, embora provocado. Tal como a sua personalidade oscila entre momentos bons e maus, também a sua obra tem sido sempre “bipolar”. Assim, a par com uma produção de desenhos a que a autora designa por “pretos”, realizados com grafite sobre papel translúcido, Joana Rosa tem outro tipo de actividade. São desenhos “infantis”, onde a cor predomina em figuras de meninas princesas e homens-criança que pulam e brincam de forma aparentemente inocente. Até hoje, essa alternação entre estilos tem sido separada. Ora uma ora outra. E até agora, Joana Rosa tem dado primazia à produção de “pretos” (as suas exposições focam-se muito mais nestes). Os “pretos” eram desenhos obscuros, agressivos, repletos de maquinaria bélica, fios, botões, palavras de ordem, munições espalhadas e um caos organizado de carácter ameaçador. Por entre estes elementos, pernas de bailarina tornavam as composições mais paradoxais, parecendo serem reflexo de lutas internas da artista, com a vida e consigo própria. Intervalando estas explorações, Joana Rosa desenha sempre as suas “bonecas”. Mas a artista tem sentido um crescente mal-estar com a sua obra recente na fase dos “pretos” e tudo se tornou num ódio visceral contra as suas próprias criações dos últimos tempos. Assim, decidiu nunca mais desenhar “pretos”. São parte do seu passado e certamente obras de grande impacto visual, violentas e ameaçadoras. Mas isso acabou.
Nesta exposição, Joana Rosa decidiu investir na sua prática do desenho, como que num “ginásio de mãos”. Pegando nos desenhos das “bonecas”, ela fechou-se em casa e durante horas a fio de dias a fio. Desenhou as suas personagens de crianças-mulheres, desde as formas iniciais das “bonecas” até às criaturas descontroladas que agora vemos, rodeadas de elementos vários como peças de roupas desmesuradas (estas meninas brincam com a roupa das mães), peixes bons e maus, até dragões, aranhas e outras criaturas fantásticas. Não busque aqui significados ocultos, simbologias ou mitos. São exercícios puros de desenho como disciplina. São personagens e criaturas que se desenvolveram nos seus traços e na maneira como as mãos de Joana Rosa aprenderam a representar melhor uma perna, um braço, um olho (seja de peixe ou de menina). Um soutien, um sapato desmesurado, umas meias caídas… são aperfeiçoamentos no desenho, que cresceram e ficaram salpicados no papel como caprichos extravagantes. A artista desenha como quem respira: sem dar por isso, sem teorizar cada inspiração ou cada traço, cada pinta, cada cor. As suas canetas traduzem uma fluidez que lhe interessa desde sempre e se relaciona com um lado oriental a lembrar Hokusai, como estampas japonesas de natureza erótica mas em que o que interessa é a forma e menos o conteúdo ou o significado. “Odeio conceptualismos”, diz Joana Rosa. A artista quer distanciar-se de programas e ideias filosóficas para se concentrar no aperfeiçoamento do desenho e no seu respirar num continuar que se traduz na sequência desta exposição, desde as meninas até às quase répteis criaturas mulheres.
“O desejo de ter uma ideia é como isco. Quando se está a pescar, é preciso ter paciência. Coloca-se o isco no anzol e espera-se. O desejo é o isco que atrai aqueles peixes – aquelas ideias”, disse o realizador, artista plástico e músico David Lynch. Mas uma ideia pode ser não um raciocínio filosófico e sim uma forma que se desenvolve noutras formas. “O que é bonito é que, quando se apanha um peixe que se ama, mesmo que seja um peixe pequeno – um fragmento de uma ideia -, esse peixe vai atrair outros peixes e agarrar-se-ão a ele. Então, está-se lançado. Em breve começam a surgir cada vez mais fragmentos e a coisa inteira emerge. Mas começa com um desejo” . E já agora, nesta exposição, também há muitos peixes…

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Joana Rosa (Lisboa, 1959)
Vive e trabalha em Lisboa. Frequentou a St. Martin’s School Art & Design, Londres, em 1978. Entre 1979 e 1983 estudou na London University College, Slade School of Fine Art Experimental Sculpture Course, em Londres. Recebeu uma bolsa de estudo da Fundação calouste Gulbenkian. Organizou o curso de Verão de Design de Joalharia, na A:R:C:O:, em Lisboa, onde também leccionou. Foi também professora no Curso de desenho do IADE, Intituto de Artes Visuais, Design e marketing, em Lisboa e de desenho no curso de Arquitectura da Universidade Lusíada, em Lisboa.
Está representada nas colecções do MoMA, Fundação de Serralves, Fundação Calouste Gulbenkian e em colecções privadas. Recebeu o prémio Lis 79 (Prémio Ex-aequo), Bienal Internacional de Arte Moderna (Secretaria de Estado da Cultura, Lisboa, Portugal) e o prémio Arte Jovem 92 (Prémio Ex-aequo), Museu de Chaves, Portugal.

Publicado a 10 de Setembro de 2012

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As fotografias que Rodrigo Bettencourt da Câmara apresenta mostram o que reconhecemos, com mais ou menos evidência, como espaços de museu – exposições em montagem, reservas, armazéns, de instituições raramente identificadas mas não obstante reconhecíveis, talvez pela ideia de excesso que a presença de objectos nos sugere. São imagens de bastidores, do quotidiano institucional e profissional que Rodrigo Bettencourt da Câmara conhece de dentro.
Têm em comum a frontalidade, o rígido enquadramento, a horizontalidade, a iluminação cuidada, a atenção à composição estrutural que tende, por vezes, para a sugestão de uma encenação entrevista. Os espaços são rigorosamente delineados – salas e corredores, por vezes labirínticos, outras vezes só um chão e uma parede, um portão – onde são frequentes os jogos de espelhos, de reflexos, de transparências, opacidades e ocultações. Nestes palcos surgem disposições de objectos, ferramentas, molduras, mesas e escadas, andaimes, num momento que parece de breve, súbita interrupção de um trabalho de construção, que a ténue presença humana só reforça.
Nalgumas imagens, obras de arte apontam os espaços de forma casual, como se fossem objectos abandonados. Por vezes, parecem uma cena de crime. Noutras são encenados gestos e situações nem sempre compreensíveis. Também há dissimulações e movimentos. Diferentes tempos e velocidades impõem diferentes graus de visibilidade: a presença humana é quase sempre fugaz, um vestígio desvanecido que parece não ter lugar nestas paisagens de coisas friamente captadas pela câmara.
A máquina fotográfica é, pois, um dispositivo de distanciamento do mundo, abrindo assim espaço para a sua interpretação. E o que expõe, no lugar que as imagens abrem, é a construção e as infra-estruturas do espaço expositivo, o interior dessa poderosa máquina de esteticização do museu. Evidencia-se a sua performatividade, a presença de trabalho e tecnologia sedimentada no aparente vazio das galerias e salas de um museu, que aqui ainda não foram dissimuladas atrás de contraplacados e cortinas, de pinturas uniformes, atras da própria evidência da presença das obras expostas.
É sobre isto que as fotografias lançam um olhar próprio e vão tecendo um pensamento. São imagens que, dentro da sua rigidez formal, abrem espaço à interrogação da construção e performatividade de um espaço, da sua delimitação como lugar próprio e autónomo da arte. Arte que, aqui, aparece como objecto entre objectos, em pé de igualdade com escadas, bancadas, andaimes, chapas de contraplacado, telas protectoras. Confronta, enfim, o espaço autónomo inerente à musealização da arte – o seu espaço de respiração, a distância, a neutralização de ruídos de fundo – com a sua factura material.

Joaquim Rato
Maio de 2010

Publicado a 1 de Junho de 2012

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“Arquivo e alteridade”, exposição de José Maçãs de Carvalho, prossegue uma investigação em torno do arquivo, memória e dos circuitos mnemónicos que podem iluminar as relações imagéticas entre aqueles.
Este conjunto de fotografias articuladas entre si, de forma não-hierarquizada, passarão seguramente pela lógica da hiperligação, enquanto rede de ligações indexante, tomando em consideração a “lei-da-boa-vizinhança” e a “iconologia dos intervalos” (termos cunhados por Warburg), no sentido de podermos clarificar as relações de significação entre imagens, ou melhor, as tensões relacionais entre as imagens num contexto não narrativo.Tensões essas estimulantes de ressonâncias, paralelismos e associações disjuntivas, na linha de pensamento de Roland Barthes, quando refere um sentido obtuso em algumas imagens, por oposição ao sentido óbvio, este do domínio do simbólico, o outro enquanto excesso que desestabiliza o simbólico e que é acidental no trabalho artístico, mas significativo na sua recepção.

José Maçãs de Carvalho (Anadia, 1960)
Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Universidade de Coimbra); Pós-Graduado em Gestão de Artes (Inst. de Estudos Europeus de Macau); Doutorando em Arte Contemporânea (Colégio das Artes da Universidade de Coimbra) e Professor no Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra.
Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (1994), Fundação Oriente (1999-2007), Instituto Camões (2001 e 2007), Centro Português de Fotografia (2003) e Instituto das Artes/Dgartes (2006, 2007 e 2008).
Em 2002 comissariou o projecto “Topografias da Vinha e do Vinho”, missão fotográfica sobre a Região da Bairrada, (Cordoaria Nacional, Lisboa e Kunstlerhaus Bethanien , Berlim); em 2003 comissaria e projecta as exposições temporárias e permanente do Museu do Vinho da Bairrada, Anadia; em 2005 comissaria “My Own Private Pictures”, na Plataforma Revólver, no âmbito da LisboaPhoto.
Nomeado para o prémio BESPhoto 2005 (Janeiro a Março de 2006, CCB, Lisboa) e para a “short-list” do prémio de fotografia Pictet Prix, na Suiça, em 2008. Júri no concurso de fotografia Purificacion Garcia, Madrid, 2006 e no Festival de Cinema Black and White, Universidade Católica do Porto, 2009. Organiza e concebe a exposição “My Choice – escolhas de Paula Rego na colecção do British Council”, para a Casa das Caldeiras, na Universidade de Coimbra.

Publicado a 20 de Abril de 2012

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